O Brasil vai demorar mais de 100 anos para
universalizar a coleta e o tratamento de esgoto se mantiver o atual ritmo de
investimento em saneamento básico. Essa é a conclusão de um levantamento do
Instituto Trata Brasil.
Em 2013, menos da metade da população era atendida
pela coleta de esgoto e o índice de tratamento era ainda menor.
A Região Norte é a que mais despeja esgoto sem
tratamento: 82% do total. O Sul vem logo atrás, com 60%. Em seguida vem o
Nordeste e o Sudeste. O Centro-Oeste tem a menor taxa. Mesmo assim, devolve
para a natureza 30% do esgoto sem tratamento. O estudo também fez um ranking
avaliando a qualidade do saneamento básico nas 100 maiores cidades do país.
A cidade de São Paulo está
na 34ª colocação no ranking. E um dos problemas nacionais é a falta de
ampliação da rede de tratamento de esgoto. Pelo levantamento, pouco mais de 51%
do esgoto coletado é tratado.
Apesar disso, o número é muito acima de municípios
como Porto Velho,
capital de Rondônia, que não trata nada de esgoto. Das 20 cidades que estão lá
no fim da lista, cinco não investiram nem um real em coleta e tratamento entre
os anos de 2009 e 2013. E isso reflete na economia e no desenvolvimento da
população.
"Além
dos impactos na saúde, nós temos um impacto brutal na educação. As crianças que
sofrem constantemente com essas doenças aprendem menos na escola. O valor dos
imóveis cai. Então o bairro que não tem saneamento as casas tem um valor menor.
Você tem um impacto brutal no turismo. Então o saneamento é transversal. Ele
melhora a cidade como um todo. Infelizmente muitas autoridades preferem não
olhar para isso", aponta Édison Carlos, presidente do Instituto Trata
Brasil.
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