O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou
nesta segunda-feira (18) o relatório da reforma política elaborado pelo
deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) na comissão especial que discute o tema e
disse que seria “preferível” que o texto não fosse votado do jeito que está
pelo colegiado. Para Cunha, a proposta deve ir diretamente ao plenário na
semana que vem para dar tempo de valer já para as eleições de 2016. Após ter
sido adiada na semana passada, a votação na comissão está prevista para esta
terça (19).
“Acho até que não devem votar (o
relatório) amanhã. Acho que tem que votar depois que a gente organizar essa
semana inteira. Votar na quinta ou até na segunda que vem ou terça de manhã.
Acho que votar (na comissão) sem
a gente evoluir o debate pode até inviabilizar
a votação (no plenário). É preferível até que a comissão não vote, que leve
para plenário”, disse Cunha.
Segundo ele, a semana que vem é o seu “deadline” no plenário. “Se não votar na semana que vem, perde o
timing para 2016”, explicou. Cunha já anunciou que vai votar o relatório no
plenário no próximo dia 26, independentemente do resultado na comissão. Nesta
semana, expira o prazo de funcionamento da comissão. Para viabilizar a votação,
Cunha pretende se reunir nesta quarta-feira (20) com os líderes partidários
para articular um consenso.
Na opinião de Cunha, faltou “perspicácia política” ao relator Marcelo
Castro (PMDB-PI) por sugerir, por exemplo, reduzir dos atuais oito para cinco
anos o mandato de senador. Na opinião do presidente, cada Casa deve ter a
palavra final sobre mudanças que digam respeito a elas.
“Quando os deputados falam que vão
alterar mandato de senador é quase que uma agressão. Já sabe que não vai passar
lá. É de uma falta de perspicácia política você querer impor o tamanho do
mandato no Senado, é até falta de inteligência política”, afirmou Cunha.
Segundo ele, o problema é que as pessoas “se
apaixonam por suas teses e acabam ficando com as teses irreversíveis”.
Ele disse ainda não ter gostado “muito” do relatório, mas que faz parte
do jogo político fazer mudanças ao longo do debate e chegou a comparar a
discussão do tema com a escalação de um time de futebol.
“Reforma política é igual à
seleção brasileira: essa é a escalação do relator. Ele gosta de um jogador que
eu não gosto, é por aí”, disse. Embora tenha suas posições, Cunha pondera
que o seu papel “é pôr para votar”.
Ele explicou que irá votar item por item da proposta de emenda à
Constituição (PEC). “Não há a menor
possibilidade de votar uma PEC inteira qualquer que seja ela. Você jamais vai
conseguir as pessoas apoiarem o conjunto inteiro”, disse.
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