O
presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargador Claudio
Santos, anunciou que a partir de 1º de dezembro, o TJ irá iniciar o pagamento
de R$ 90 milhões em precatórios. Os pagamentos desse montante, referentes a
dívidas do Estado e do Município de Natal, devem ser concluídos até março de
2016. A informação foi transmitida pelo desembargador ao presidente da OAB/RN,
advogado Sérgio Freire, durante visita deste ao presidente do TJRN nesta
sexta-feira (20).
“Este é um valor financeiro que vai circular
na economia, incrementando o movimento em setores como o comércio e serviço, e
demonstra os avanços que temos visto na Divisão de Precatórios, uma das
prioridades desta gestão, respeitando o direito dos credores, a ordem
cronológica e atuando para agilizar os pagamentos”, destaca Claudio Santos.
E os números produzidos pela unidade, este
ano, têm sido superlativos. Apontam
mais um recorde alcançado pela unidade, que até outubro realizou o pagamento de
R$ 65 milhões a 3.316 credores.
Sérgio
Freire avalia que a notícia que recebeu do presidente da Corte Estadual de
Justiça é positiva, não só por conta do atendimento da necessidade da
sociedade, mas também pelo resultado que será dado ao trabalho dos advogados. “Nos encontros com o presidente, sempre
ouvimos soluções para vários tipos de demandas no Judiciário, seja para o
melhor relacionamento com os advogados seja para questões que desenvolvem a
própria Justiça”. O presidente da OAB disse sempre sair das reuniões com a
atual administração com proposições que ajudam a resolver problemas.
O
chefe da Divisão de Precatórios, juiz Bruno Lacerda, destaca que dos R$ 90
milhões a serem pagos, R$ 56 milhões serão destinados pelo Estado e com eles
será possível quitar débitos referentes a 133 processos, que deveriam ter sido
honrados até dezembro de 2012. Os outros R$ 34 milhões serão pagos pela
Prefeitura do Natal em relação a 100 processos, que deveriam ter sido quitados
até o final de 2011. Cada processo pode ter um ou mais beneficiários.
Chegar
a este montante só foi possível, segundo o magistrado, pela existência de
disponibilidade de recursos que está ocorrendo para esses entes públicos em
razão da instituição da Lei Complementar Federal nº 151/2015. Este dispositivo
legal autorizou o uso dos depósitos judiciais para o pagamento de precatórios e
pela elaboração de leis estadual e municipal, regulamentando o fundo
garantidor, essencial para a utilização dos valores financeiros. Por imposição
da Lei Complementar 151, enquanto houver dívida com precatórios os recursos de
depósitos judiciais devem ser aplicados, obrigatoriamente, para a quitação
desses débitos. O TJRN já se posicionou em decisão recente ressaltando este
entendimento, estabelecido pela legislação.
“Tendo dinheiro, a gente faz o pagamento”,
resume Bruno Lacerda sobre a prioridade máxima para este setor do TJRN. Com os
R$ 56 milhões, o Estado abate R$ 25 milhões ainda restantes e que devem ser
pagos até 31 de dezembro de 2015; e os outros R$ 31 milhões serão descontados
da parcela prevista para 2016, que é de R$ 75 milhões. Mesmo assim, o governo
estadual ainda terá a transferir R$ 44 milhões até o final do próximo ano.
Nessa
conta, ganham o ente público e os credores. Isto porque, para efeito de
exemplificação, os R$ 44 milhões podem ser pagos de uma vez só ou se preferir,
o Estado pode fazer repasses mensais de R$ 3,6 milhões. Se tivesse que pagar os
R$ 75 milhões, o governo do RN, teria de fazer aportes mensais de R$ 6,250
milhões.
“Trabalhamos com um foco, o de pagar uma
quantidade de processos maior do que o número de novos processos que ingressam
na Divisão de Precatórios”, sustenta o juiz auxiliar da Presidência, Bruno
Lacerda. “Isso não depende da nossa
vontade, por isso, o incremento desses valores a serem pagos até março do ano
que vem, deve diminuir o saldo a ser quitado junto aos beneficiários”,
observa o magistrado, à frente do setor desde janeiro.
A
Divisão conseguiu zerar passivos antigos ligados ao Estado e não há mais
processos referentes aos anos de 2005, 2006 e 2007. “Temos alcançado um resultado que aponta que temos pago um processo a
cada dois existentes no acervo, observando os feitos antigos e os novos”,
destaca o juiz.
O
acervo atual, de dívidas do RN, aponta a existência de seis processos
relacionados ao ano de 2008, 40 de 2009, 36 de 2010, 55 de 2011, 188 de 2012,
524 de 2013, 585 de 2014 e 549 de 2015. Previstos para o orçamento de 2016
existem, no momento, 332 processos.
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