O
papa Francisco fez um apelo nesta sexta-feira (25), em sua tradicional mensagem
natalina "Urbi et Orbi",
para que a comunidade internacional se empenhe no combate ao terrorismo,
principalmente contra o grupo extremista Estado Islâmico.
Diante
de milhares de fiéis na praça São Pedro, no Vaticano, o líder da Igreja
Católica não citou explicitamente o Estado Islâmico, mas se referiu aos
atentados cometidos pela organização ao longo do ano de 2015. "Que a atenção da comunidade internacional
esteja unicamente direcionada a cessar as atrocidades na Síria, Líbia, Iraque,
Iêmen e África Subsaariana, as quais provocam numerosas vítimas, causando
sofrimentos", disse Francisco, no discurso "À cidade de Roma ao mundo",
pronunciado todo dia de Natal, às 12h locais (9h de Brasília).
"O meu pensamento vai para os que foram
vítimas de brutais ações terroristas, principalmente dos recentes eventos
ocorridos no céu do Egito, em Beirute, Paris, Bamako e Tunísia",
ressaltou Francisco.
Em
novembro, uma série de atentados coordenados em Paris provocou a morte de 130
pessoas e foi assumida pelo Estado Islâmico. Um mês antes, o grupo reivindicou
a derrubada de um avião russo que sobrevoava a região do Sinai.
"Aos nossos irmãos perseguidos em tantas
partes do mundo por causa da fé, que o Menino Jesus dê consolação e força",
ressaltou o papa, referindo-se às perseguições e sequestros de cristãos
praticados pelo EI.
No
mesmo discurso, Francisco também citou outros desafios mundiais, como as
guerras no Oriente Médio, principalmente na Síria, e os conflitos no norte da
África, como o da Líbia.
"Ao Senhor pedimos que o acordo alcançado nas
Nações Unidas consiga, o quanto antes, silenciar as armas na Síria e remediar a
gravíssima situação humanitária da população que está esgotada",
apelou Francisco.
"Também é urgente que o acordo sobre a Líbia
tenha o apoio de todos para que sejam superadas as graves divisões e violências
que afligem o país", comentou o líder católico, referindo-se ao
recente tratado para a formação de um governo de unidade política no país, que
sofre com uma guerra civil há cinco anos.
"No Oriente Médio, continuam as tensões e
violências. A paz permanece um dom a ser invocado e construído",
lamentou o papa, contando desejar que "israelenses
e palestinos possam retomar um diálogo" e "chegar a um acordo que permita que os dois povos convivam em harmonia,
superando um conflito que há muito tempo os contrapõe".
Outro
tema mencionado por Francisco foi a crise imigratória que atinge a Europa e a
qual se intensificou em 2015, gerando o maior movimento de deslocados forçados
desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
"Que não falte conforto aos que fogem das
guerras e da miséria, viajando em condições desumanas e arriscando suas vidas.
Que eles sejam recompensados com bênçãos abundantes e que cada Estado os adote
com generosidade, socorrendo e acolhendo os inúmeros refugiados e imigrantes",
pediu o papa, destacando que os estrangeiros ajudam a "construir um futuro" quando "se integram às sociedades que os recebem".
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