BRASÍLIA — O administrador
Fábio Cleto, um dos ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, disse,
depois de fazer acordo de delação premiada, que a LLX, do empresário Eike
Batista, foi uma das empresas que pagou propina ao deputado afastado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) para obter vantagens na liberação de recursos do Fundo de
Investimentos (FI) do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Pela
delação do ex-vice-presidente, aproximadamente 12 empresas pagaram propina a
Cunha, a ele e a outros envolvidos nas supostas fraudes com dinheiro destinado
ao amparo de trabalhadores.
Segundo a “Folha de
S.Paulo”, Cleto disse ter recebido pelo menos R$ 240 mil da LLX relativa a
pagamento de debentures da ordem de R$ 750 milhões. A informação foi confirmada
por uma fonte ligada ao caso. Na delação, o ex-vice-presidente apontou o
corretor de mercado Lúcio Bolonha Funaro como um dos operadores de Cunha. Cabia
a Funaro movimentar parte do dinheiro supostamente destinado ao deputado
afastado.
Parte da
propina teria sido depositada em bancos da Suíça e do Uruguai,
conforme revelou o GLOBO. O administrador também reforçou a acusação de que a
Carioca Engenharia pagou R$ 52 milhões para Cunha em troca da liberação de
recursos destinados às obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. As obras
estavam a cargo da Carioca, da OAS e da Odebrecht.
Num dos depoimentos, Cleto
citou o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves. Segundo ele, Alves teria
indicado empresas interessadas na liberação de recursos do FI, mas os negócios
não avançaram. O ex-vice-presidente disse ainda que os valores da propina
variavam de acordo com o preço das obras. Pelo relato, Cunha fazia as negociações
com as empresas e depois indicava os valores que caberiam a ele, Cleto.
Cleto conhece bem Cunha e
Funaro. Ele foi indicado para a vice-presidência da Caixa por Cunha com o aval
de boa parte da bancada do PMDB na Câmara. Cleto foi demitido da Caixa pela
presidente afastada Dilma Rousseff logo depois da decisão de Cunha de dar
seguimento ao processo de impeachment. Antes de ser levado para um cargo
estratégico no governo federal, Cleto trabalhou no escritório de Funaro em São
Paulo. Cunha e Funaro mantém antigas e estreitas relações.
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