No pedido, a defesa de Cunha
alegava que é falsa uma afirmação que o ex-consultor da Toyo Setal Júlio
Camargo fez em depoimento de delação premiada na Lava Jato sobre uma suposta
conversa telefônica entre Cunha e Lobão.
Na delação, Camargo disse
que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas para que um
contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Do total do suborno,
contou o delator, Cunha disse que era "merecedor" de US$ 5 milhões.
O ex-consultor da Toyo Setal
afirmou que, sem ter recurso para pagar a propina, foi ameaçado com um
requerimento na Câmara para levantar informações sobre a Mitsui, prestadora de
serviço para a Petrobras
com quem ele tinha negócios. O requerimento foi assinado pela então deputada Solange
Almeida (PMDB-RJ). No entanto, a Procuradoria-Geral da República
alega que Cunha foi o real autor.
Camargo contou na delação
que, acuado, procurou o ministro Edison Lobão, numa
conversa na base aérea do Santos Dumont.
Camargo contou: “Eu disse a ele [Lobão]:
'está acontecendo algo desagradável'. Existe um requerimento disso, de uma
empresa que eu represento, que eu acho que só traz benefícios para o país, tem
trazido dinheiro japonês barato. E a reação dele [Lobão] imediata foi a
seguinte: ‘Isso é coisa do Eduardo’”.
Conforme o relato do
delator, no mesmo momento, Lobão ligou para Cunha. "Pegou o celular e ligou para o deputado Eduardo Cunha, na minha frente.
Disse: 'Eduardo, estou aqui com o Júlio Camargo, você está louco?'".
Com a quebra do sigilo, a
defesa de Cunha pretende mostrar que essa conversa telefônica não ocorreu.
Na decisão tomada nesta
sexta-feira, o ministro Teori Zavascki considerou que os dados não
necessariamente excluirão os fatos narrados na denúncia.
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