DUBLIN (Reuters) - Irlandeses votaram
em peso a favor da permissão do casamento de pessoas do mesmo sexo, em um
referendo histórico que marca uma mudança dramática no país tradicionalmente
católico que
descriminalizou a homossexualidade apenas duas décadas atrás.
Em um dos maiores comparecimentos às
urnas da história do país, 62 por cento dos eleitores disseram "sim",
tornando a Irlanda o primeiro país a adotar por meio de voto o casamento entre
pessoas do mesmo sexo.
Apoiadores do "sim" lotaram
o pátio do Castelo de Dublin para assistir a divulgação dos resultados em um
grande telão. Eles comemoraram bastante quando o resultado final foi anunciado,
para depois cantarem o hino nacional.
Uma senadora lésbica pediu a parceira
em casamento ao vivo na televisão durante a comemoração.
"Isso realmente causou uma reação emocionada na Irlanda", disse
o ministro da igualdade Aodhan O'Riordain no principal centro de contagem em
Dublin. "É uma mensagem muito forte
para qualquer pessoa jovem LGBT na Irlanda e qualquer pessoa jovem LGBT no
mundo".
O ministro da saúde, Leo Varadkar, que
revelou ser gay em uma entrevista transmitida por rádio em janeiro, disse que o
referendo é comparável a uma "revolução social".
A proposta foi apoiada por todos os
partidos políticos, grandes empregadores e endossada por celebridades, todos
esperando que ela marque uma transformação no país, que foi por muito tempo
tido como um dos mais socialmente conservadores na Europa ocidental.
Apenas um terço do país apoiava a
descriminalização do sexo entre gays para homens acima de 17 anos em 1993,
segundo uma pesquisa da época. Um juíz de um tribunal supremo disse em 1983 que
a homossexualidade era "moralmente errada" e contribuía para depressão
e suicídio.
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