Segurança Pública no RN e o aumento da Criminalidade.

 Ao assistirmos a noticiários de televisão é comum nos defrontarmos com casos de crimes que chocam por sua astúcia e crueldade. A violência encontra-se entre as principais preocupações dos potiguares e o medo passou a ser um sentimento comum no cotidiano da capital e de várias cidades do interior do Estado do Rio Grande do Norte. É comum encontrarmos pessoas que sofreram algum assalto ou tiveram algum parente ou conhecido assaltado.

As causas do aumento da violência no Rio Grande do Norte são complexas e envolvem questões socioeconômicas, demográficas, culturais e políticas. Todavia engana-se quem acredita que o fenômeno da violência urbana está restrito aos grandes centros. Esse problema pode ser observado também em
pequenas cidades urbanas do estado, onde recentemente as manchetes dos jornais mostram um aumento no número de assaltos, arrombamentos, homicídios e outros atos de violência, o que deixa as populações locais apreensivas. Isso comprova que a violência tem tomado proporções gigantescas, pois vemos e ouvimos todos os dias, por mais que o governo do estado venha informando que o índice de violência está diminuindo.

No Rio Grande do Norte, principalmente na capital Natal, a insegurança do cidadão comum é tamanha que acabou incentivando nos últimos anos o surgimento de dezenas de novas empresas de segurança privada. Nunca é demais recordar que a Segurança Pública é posta como direito e responsabilidade de todos pela própria Constituição Federal em seu art. 144, caput. O sucateamento do aparato de Segurança Pública é também reflexo do desapego do Estado à sua função de proteção e organização social.

A pobreza e a desigualdade social são comumente apontadas como fatores que estimulam a violência e a criminalidade. De fato, jovens que vivem em comunidades carentes são aliciados por bandidos e veem no crime uma opção de vida. Por outro lado, o sistema penitenciário, que deveria contribuir para a recuperação de criminosos, tornou-se foco de mais violência e criminalidade, em cadeias e presídios superlotados, com enormes facilidades de fugas, inclusão de armas e drogas dentro deles. Além da consequência social, cabe salientar ainda a consequência econômica que a violência urbana gera aos cofres públicos, uma vez que, na tentativa de amenizar os problemas resultantes da violência, investimentos que poderiam ser aplicados em políticas de promoção do bem-estar social, acabam sendo “aplicados” em segurança.

A criminalidade não se baixa no cano do revólver, mas na política de recursos humanos e avaliação de desemprego e infraestrutura adequada, além de policiais bem formados e bem pagos, para assim, trabalhar as informações e definir metas e estratégias de atuações eficientes. Ou seja, a mentalidade meramente repressiva nada mais é do que reflexo do total desapego à democracia real e aos interesses da maioria da população.

O combate à violência é um clamor social, faz-se necessária à implementação de uma série de ações governamentais voltadas à solução desse imenso problema, por óbvio que a vontade política é o ponto de partida dessa luta. A insegurança não pode mais ser utilizada como argumento em discursos políticos e jurídicos ou devo dizer jurídico-políticos, como instrumento de manipulação da população para acrescentar mais fios à teia de aranha legislativa que possuímos como anda fazendo este governo.


Incluir, construir diálogo e cidadania e refundar o Estado sob outra perspectiva são medidas que levarão a uma mudança real. Portanto, a solução para o problema da violência urbana envolve não apenas a questão da segurança pública, mas também questões como melhoria do sistema de educação, moradia, oportunidades de emprego entre outros fatores e requer uma grande mudança nas políticas públicas e na sociedade como um todo.

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