Seturn ameaça reduzir serviço do transporte coletivo em Natal, se a tarifa não for de R$ 2,90.

Seturn e o Cartel do transporte coletivo em Natal vão continuar ditando as regras de aumento da tarifa do transporte? “Ou aumenta a tarifa, ou reduziremos o serviço.”
Os empresários já são espertos o suficiente para repassar aos usuários, o que se gastam com funcionários, combustível, manutenção e investimento. Isso é justo para uma população com ganho médio de um salário mínimo?

E tudo que se relaciona com o transporte coletivo parece uma sinfonia armada ou bem articulada. Os sindicatos dos rodoviários ameaçam cruzar os braços, reivindicando aumento salarial e outros benefícios, sentam para negociar, aceita, daí o sindicato das empresas impõe a prefeitura aumento de tarifa. Tudo combinado ou infeliz coincidência? Sempre?

Até o momento, nenhum vereador da
capital se pronunciou em relação ao caso. Muito menos se saberá qual posição tomada por eles.

Matéria da Tribuna do Norte:


O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn) apresentou ontem (23) à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) uma planilha detalhada de custos justificando o pedido de reajuste da tarifa de ônibus de em Natal, que passaria de R$ 2,35 para R$ 2,90, representando 23,4% de aumento. O consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga, explicou que 40% do valor do reajuste pedido à prefeitura refere-se à mão de obra, 20% aos gastos com óleo diesel, e o restante diz respeito ao impacto dos gastos com manutenção e investimento. 

Um dos documentos apresentados foi a Ata de Negociação Coletiva de Trabalho para o ano de 2015-2016 com os valores dos reajustes nos salários dos rodoviários (10% retroativos a maio) e vale alimentação dos motoristas. Em nota à imprensa, a STTU  informou que a Secretaria ainda irá analisar com a consultoria e equipe técnica do órgão a planilha apresentada pelo Seturn e o índice para reajuste da tarifa. O órgão também  afirmou que para este mês de junho não está previsto reajuste tarifário.

"A nossa expectativa é que a STTU reajuste o valor da passagem pelo menos considerando a defasagem inflacionária. Em janeiro de 2011, a tarifa aumentou para R$ 2,20 e em junho de 2014 sofreu um reajuste de 6,8% e passou para R$ 2,35, mas no intervalo de um reajuste para o outro a inflação totalizou 32%. Existe assim um déficit de 25%. O salário do motorista subiu bem acima da inflação", disse.

Nilson Queiroga ainda afirmou que caso não ocorra o reajuste da tarifa até o mês de agosto, o serviço das seis empresas de ônibus (Guanabara, Reunidas, Conceição, Santa Maria, Cidade de Natal e Via Sul), que circulam na capital potiguar ficará comprometido. "O serviço prestado pelas empresas de ônibus ficará com um nível pior do que já existe hoje", disse ele.

Atualmente, 623 ônibus circulam na capital potiguar. Segundo Nilson Queiroga, há pelo menos três anos a frota não é renovada. Ele ainda fala que o reajuste para R$ 2,90 daria para renovar apenas uma pequena parte da frota. "Para ocorrer uma renovação completa, de 100 ônibus por ano, como é pedido, o reajuste iria para R$ 3,10 ou R$ 3,20", disse. 

O acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN (Sintro/RN) define, além do reajuste salarial, um acréscimo de 11% no valor do vale alimentação. Desta forma, o salário dos motoristas passa a ser de R$ 1.712 e o dos cobradores vai a R$ 1.027. Os pagamentos são retroativos ao dia 1º de maio deste ano. O valor referente ao mês de maio será pago em agosto e o do mês de junho, em setembro.

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